Todos os anos, durante os meses de junho até setembro, aproximadamente, o inverno trás a visita de animais fantásticos como pinguins e baleias nos litorais brasileiro. Apesar de serem circunstâncias que sempre ocorrem, neste ano de 2020, a quantidade encontrada desses animais, bateu o recorde comparada aos anos passados, o que chamou a atenção de muitas pessoas para entenderem mais a fundo o por que durante a época de inverno costumam haver o surgimento dessas maravilhas.
Com o objetivo de fugir das águas frias da Patagônia e das ilhas Malvinas, no meio do ano os pinguins começam a se deslocar para territórios brasileiros para se alimentarem, e por isso, chegam a viajar entre 2.000km e 3.000km, o que faz com que muitas vezes fiquem cansados e sejam obrigados a pararem nas praias para tentar recarregar as energias. Infelizmente, muitos deles não aguentam a trajetória e acabam morrendo no meio do caminho, então, muitas PMP’s estão atentas e recebendo ligações de pessoas que encontram esses animais encalhados para realizar o resgate correto.
A ave marinha que costuma se reproduzir na Argentina, espécie conhecida como Pinguim-de-Magalhães, encontra-se em um declínio populacional por conta de diversas causas como: redução de peixes (seu principal alimento) por conta das pescas comerciais, destruição do seu habitat natural, mudanças climáticas, poluição marinha e capturas incidentais de pescas. Logo, é importante estar sempre atento a possíveis encontros com esses animais, pois mesmo parecendo algo difícil de acontecer, tem sido mais que comum vivenciar circunstâncias desse tipo, além disso, é necessário estar ciente da forma como deve se comportar perante a essa situação.
Não só pinguins, as baleias também costumam migrar para as águas brasileiras durante o inverno no país. A diferença é que esses grandes mamíferos fazem essa rota para conseguirem chegar até Abrolhos na Bahia para realizar o processo de reprodução. Normalmente, são espécies de baleias como Jubarte e Baleia-de-Bryde, que realizam a trajetória todos os anos e que muitas vezes, morrem durante o caminho por serem atropeladas por barcos, se enroscarem em redes de pesca, por escoamento de petróleo ou apenas por encalharem na areia da praia. Por isso, é realizada a monitoria de baleias e outros animais, uma ação condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras para o escoamento de petróleo e gás natural na bacia de Santos, dirigido pelo Ibama. Desta forma, é possível descobrir o impacto dessas atividades na vida marinha e oferecer assistência veterinária para os animais debilitados.
Os pinguins não são animais típicos de um país tropical como o Brasil, o que desperta interesse na população quando surgem nas praias brasileiras. Por essas questões, há recomendações feitas pelas organizações que cuidam das questões ambientais, explicando como lidar quando se deparar com um pinguim na praia:

- Apesar do pinguim viver em ambientes frios, em hipótese alguma deve colocá-lo em contato com o gelo, pois se ele está na praia é porque pode estar esgotado, desidratado ou até com hipotermia. Sendo assim, a medida certa a se tomar, é cobrir o animal com uma camiseta/cobertor/casaco e chamar a base mais próxima de PMP.
- Coloque-o em uma caixa e mantenha outros animais distantes do pinguim, pois eles podem machucar ou mesmo transmitir doenças.
- Os pinguins não são animais ariscos, mas isso não quer dizer que possa ficar tocando neles, então faça o recomendado tomando bastante cuidado com o bico.
Caso tenha interesse em assistir o vídeo “Pinguins e baleias no litoral brasileiro” em nosso canal, “Biólogo, Me Conta!’’ com nosso parceiro Hey Biólogo, é só acessar o Instagram da @soudobro ou assistir pelo Youtube: