Futebol feminino nos dias de hoje com Carol Rodrigues

Se você conversar com algum estrangeiro sobre o Brasil, as chances do futebol ser o assunto principal são enormes! É inegável que somos o país do futebol, mas quando se trata da modalidade feminina, nem sempre é assim. De acordo com a pesquisa PNAD (IBGE, 2017), apenas 6% das pessoas que praticam futebol são mulheres, mostrando que 94% do esporte é predominado pelos homens. Esses dados mostram o quanto o preconceito e a exclusão ainda influenciam na evolução e trajetória do futebol feminino, mas pouco a pouco, e com muita luta, a modalidade tem ganho cada vez mais visibilidade.

A crença de que as mulheres são inferiores no esporte é enraizada a décadas, e no futebol essa ideia é ainda mais forte. Apenas em 1983 que o futebol feminino foi regulamentado, ainda que a lei dizia que não era uma prática compatível com a sua “natureza”. Depois da conquista pelo direito de jogar bola, a luta continua para que a prática possa ser cada vez mais valorizada, afinal, apenas 4% das mídias esportivas são destinadas ao esporte feminino, o que limita a oportunidade de serem vistas e crescerem, como também, da divulgação para outras mulheres que procuram inspirações para começar a vida no esporte.

Conversamos com a nossa parceira e atleta de futebol da Sociedade Esportiva Palmeiras, Carol Rodrigues para que compartilhasse um pouco da sua história no futebol feminino. 

“Comecei a jogar bola aos 6 anos de idade, por influência do meu irmão mais velho. Comecei no meio dos meninos como a maioria das meninas daquela época”. 

Carol contou que desde o início já passou por diversas experiências machistas enquanto jogava com os meninos. Era chamada de diferentes nomes negativos que tentavam fazê-la acreditar que não pertencia  àquele esporte. De acordo com o estudo “As mulheres e o país do futebol: Intersecções de gênero, classe e raça no Brasil”, o futebol é praticado em sua grande maioria por homens por seus discursos representados por masculinidade, agressividade e virilidade que fazem muitas pessoas colocarem como crença que a modalidade não caberia na rotina das mulheres e por isso, não teriam capacidade de jogar como os homens.

As mulheres têm que batalhar para resistir à exclusão provando que sabem jogar até hoje. Carol diz sentir a dor do futebol feminino por ainda não ter o reconhecimento que merece. Ela explica: “Sofro em saber que nem todos os times ainda oferecem condições decentes de trabalho e estrutura para a prática da modalidade”.

Apesar do crescimento positivo nos últimos anos do futebol feminino, a jogadora afirma que devem continuar lutando para que continue assim – “Essa luta não para! E nós que fazemos parte da modalidade temos que crescer juntamente com ela”- Segundo Carol, a união das mulheres é importante para se posicionarem cada vez mais e exigirem os seus direitos com voz ativa.

A atleta está de olho no futuro e nos contou que tem como seus próximos objetivos ganhar títulos importantes com o Palmeiras, como Brasileiro e Libertadores. Tendo em vista a importância da representatividade das mulheres na sociedade, aproveitou o final da entrevista para deixar um último recado:

“Que a gente continue inspirando e motivando essa nova geração de meninas, não só para o esporte mas para que elas ocupem qualquer lugar que elas desejam.”

Conheça e acompanhe mais a jogadora em seu perfil do Instagram: @car9l_

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